segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Todo dia é dia de saudade de lá

Quando o céu fica cinzento, eu me lembro de lá, porque o azul do céu de lá pode até ser o mais azul e mais lindo que eu vi, mas o cinza é predominante por aquelas áreas. De enjoar, de chorar. É bom que chova, mas não como chovia lá. Mesmo com um céu fechado, de tempo úmido e frio, congelante até, morro de saudade de lá. Saudade que dói o coração, que deixa a gente pequenininha, murcha, sozinha. Saudade que bate na alma, que faz a gente todo dia querer voltar no tempo para rever pessoas e lugares. Para reviver situações que, a gente sabe, jamais serão iguais, pois nos marcaram por ter acontecido lá. Às vezes acho que lá era o meu lugar certo e a minha hora certa. Eu sempre falo de lá, mesmo que não passe pela minha cabeça voltar para lá. Estranho não? Falar de lá sem querer retornar para lá?!!! Eu sinto falta. Uma falta demasiadamente forte, que quase vibra. Que deixa a gente com um friozinho na barriga e com o pensamento num horizonte sem fim, sem foco. Aérea. É uma saudade que bate por causa de um cheiro, de um gosto, de uma cor, de uma música. Saudade que arrepia por nomes pronunciados. Que arranca da gente suspiros e sorrisos involuntários. Saudade que a gente admite que sente e que por senti-la quer que passe. Mas ela volta, pois todo dia é dia de saudade de lá.

- Tô com saudade de Guarapuava, mãe!
- Você sente falta de lá né? Eu sei. E me dá um sorriso como quem diz que é normal, que vai passar.
- É. Eu acho que quando tiver velha vou ter que passar por lá só para sentir o vento frio, para respirar aquele ar gelado...
Minha mãe me olha, tentando entender o porquê de tanta saudade. Nem eu sei. Só sei que é assim!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Teresinha

Deu-se conta do esquecimento só quando a lembraram. É, tinha esquecido. Era mais um daqueles casos que bate saudade mas não bate o coração. Quantos casos viveria até encontrar aquele que bate o coração mas não bate saudade?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Carta à Cleycianne

Assunto: Jornalista Oca que fornicava com traficante carrega bíblia debaixo do braço

Olá irmã Cley, saudações em Cristo!
A sua palavra tem se expandido pelo Brasil afora. Aqui no PR, uma jornalista amante de um traficante, com quem fornicava, saiu da prisão esta semana. O caso dela ficou conhecido no mundo inteiro, contribuindo para com a imagem satânica que os estrangeiros fazem de nosso País.
Entretanto, Deus é mas, como você diz. Arrependida, agora a jornalista não é mais oca. Ungida, saiu da cadeia com bíblia na mão sem precisar de sua transformação em Cristo, sem necessitar do ungido programa photoshop! É o mel descendo do céu. O povo de Deus grita: Uoooooooba! Pura Unção!
Segue a foto para a verificação em Cristo.
Beijos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Uma lenda urbana com nome, sobrenome e até RG

Lá estávamos nós, a fazer perguntas, a escutar as experiências de uma mulher de seus quase 50 anos. Até que ela, na maior naturalidade, mesmo que se mostrando indignada, diz que se separou do primeiro marido porque foi traída. Que triste, pensei. É complicado essas coisas de traição, não é mesmo?
Ela continua a história. Ele me traiu com uma cadela, com uma cadela, com uma cadela. Ela estava enfatizando demais o “cadela”, então mirei para a Paula e para a Ana que estavam concentradas no relato, como se não tivessem notado o destaque para o qual ela dava à palavra cadela. Quiçá elas repararam, porém acharam melhor não fazer comentários. Seria informação demais, como diz uma delas. Ou talvez não tenha dado tempo.
Resolvi perguntar, mesmo com medo de ser super bola fora, o que normalmente sou, se ela se referia a uma cadela. Tipo cadela de cachorra? (Tentando não parecer assustada, mas já com uma cara de espanto por prever a resposta). É, com a minha cadela, no nosso quintal! Minha boca foi se esticando, esticando até formar um semi-sorriso. No momento, minhas amigas se olhavam com as bocas abertas. Espantadas. Não aguentei. Meu meio-sorriso se transformou num sorriso completo. Dei risada. Muita risada, de quase perder o fôlego.
Eu peguei meu marido com a minha cadela, repetia a entrevistada. E eu, sem noção, não parava de rir. A verdade é que depois dessa revelação me segurei para não rir durante a entrevista inteira, que durou mais de duas horas. O assunto não era zoofilia, mas enfim, eu não conseguia parar de achar engraçado o fato de aquela mulher ser traída por uma cadela. Uma cadela??!!
Esse tipo de história, para mim, até o momento, era lenda urbana, desses causos que um conta para o outro e esse outro diz que escutou do fulano que afirmou não saber quem, onde, como. São relatos sempre distantes, sem nomes, sobrenomes, sem endereços. Ali tínhamos tudo, até o RG dos envolvidos. Menos da cadela, é claro.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Desabafo de nostalgia

Tá quente aqui e não tem forró...Dá melancolia.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma estrela de peso

Num apartamento pequeno, de três cômodos, e antigo, no qual a cor das escadas quase não se vê se não fosse as pequenas lascas de vermelho que sobraram em um degrau ou outro. De um corredor escuro que parece não ter para onde ir, de onde falta luz, mora Estrela D`Alva.
D`Alva tem uma virilidade que não combina com seu corpo magro, quase esquelético, e uma doçura ao acolher e falar que não rima nadinha com os caminhos tortos que escolheu seguir. Estrela D`Alva é peculiar. Poucos são aqueles que conseguem enxergar-lá como tal. Impregnada de um passado fosco – quase negro –, de uma vida sem luxos, seu brilho fica escondido, exposto somente para quem chega pertinho dela. Para quem tem tempo e disposição para ouvir sua história. E que história!
Ao olhar para ela que está parada na janela, mais à direita do que à esquerda, tragando seu cigarro, consigo vê-la ao fundo, no céu.Eu monto um quadro. Um quadro bonito, de um céu sem estrelas, porque não tinha estrelas, brotava ela com sua simplicidade (de jeans, regata, cabelos presos). De um céu azul escuro, quase negro, despontava uma única estrela: Naquele apartamento Estrela D`Alva nos irradiava com sua luz. Ela que é forte. Mulher em seu sentido mais amplo e pleno.
Perto dela tudo fica mesquinho, demasiadamente minúsculo. Até eu e você. Porque Estrela D`Alva carrega um peso nos dedos, nos braços, nos ombros, nos olhos, no coração, por opção. Por amor, é o que diz. Peso que eu e você juntas não suportaríamos.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Das oportunidades perdidas

Sabe, eu acho que a gente gosta é mesmo de dificultar. Que essa coisa de amor fica cada vez mais distante porque não aproveitamos as oportunidades. As oportunidades surgem, mas como elas não vêm com borboletas no estômago, a gente as deixa passar. Passa uma, duas, três, quatro. A gente perde até dez oportunidades. E de oportunidade em oportunidade, histórias de amor vão se esvaindo. Diminuindo, sumindo...indo.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Microconto de esperança

A maçã do rosto dela ficou vermelha quando ele a avistou. Olhou, mas não a enxergou. E ela, já apaixonada, sentiu vergonha daquele olhar sem mira. Mesmo assim, ajeitou seu vestido. Arrumou a postura a espera de uma chance.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

O dia em que nasci

Nasci ao meio dia. Na hora do almoço. Mas minha mãe conta que a bolsa estava estourada desde às 5h da manhã. Foram mais de cinco horas me esperando. Minha mãe conta isso numa boa, se eu fosse ela enfatizaria a dor, o tempo que devia parecer estático. Mas não, ela afirma que quem se propõem a ter filhos deve estar preparada para eventualidades. E ela estava. Eu não queria sair da barriga dela e nem ela queria que eu saísse. Não tinha dilatação suficiente. O médico era contra cesárea, então deixou minha mãe sofrendo até a hora do almoço, quando resolveu rasga-lá, arrancado-me lá de dentro com um fórceps. Deve ter doído, não me lembro, mas deve. Para minha mãe deve ter sido pior! No momento em que eu vinha ao mundo, meu pai jogava futebol. Marcou alguns gols em minha homenagem, é o que diz. Eu fui a primeira filha do casal, nascida no dia 18 de janeiro de 1985, em Curitiba-PR.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Embrulho

Acordou com ânsia da cama onde estava. Cheirou o lençol, que cheirava bem. A ânsia era do quarto, mas o quarto também cheirava bem. Levantou e andou pela casa, deu ânsia da casa inteira. Embrulhou o estômago ao pensar na cidade que morava, nas pessoas com quem se encontrava. Deu azia da rotina. De repente, ficou enjoado da vida.
Com a cara amarrada, listou em pensamento aquilo que fez seu estômago ficar mal, causando-lhe aquele mal estar súbito. A lista nem ficou tão grande, mas era excessivamente tediosa. Como não percebeu esse tédio impregnado em seus pertences e afazeres antes? Frisou a testa procurando o início de tudo. De onde vinha essa monotonia que lhe provocava uma insatisfação aguda?
Não achou os indícios. Ficou bravo consigo mesmo. Pensou em quebrar tudo. Depois da demolição restam os entulhos. E se por ventura quisesse reaproveitar algum? Sucedeu-lhe uma ideia melhor. O abandono. Iria embora da sua própria vida para nunca mais voltar. Não carregaria móveis, roupas, trabalho, amigos ou família. Daria adeus ao passado chato em busca de um futuro mais variável. Queria correr riscos. Perigo. Antes de dar o fora, avisou-a da decisão. Sem entender nada, ela deu a mão a ele. Foram.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Ideologia II

Assunto: política e todos os seus Ps.
PT, PV, PSDB, PMDB, PSTU, PSOL, PL...
- Qual é o seu partido?
- O meu partido?
- É.
- O meu partido é um coração partido.
Drama, adoro um.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Greve

Ficou porque não tinha mais para onde fugir. Tentou escapar, mas pareceu-lhe dever beijá-lo, mesmo que não quisesse. Estava encurralada. Foi. Não gostou. A cada beijo um tormento. Desencaixe. Empenhava-se. Fechava os olhos enquanto seus lábios se desencontravam com o dele. Impedia que o beijo se prolongasse devido à falta de rima. Quis ir embora. O plano de fuga falhou. Queria levá-la para casa, mesmo ela insistindo que não. Fez o percurso como se estivesse amarrada ao banco do passageiro. Imóvel, estática, impotente. Pensou em abrir a porta e dizer que desceria ali, no meio do nada e com o carro em movimento. Seria muito grosseira, e ele, querendo ou não, estava sendo gentil. Gentileza gera gentileza. Bufou! Proclamou greve contra ele. Não o beijaria novamente. Na frente da casa, a tão temida despedida. Arquitetou inúmeras desculpas. Quando o rosto dele chegou ao centro do dela, ela desviou. Ele achou que fosse brincadeira e mirou novamente. Desviou mais uma vez. Ele a observou como quem não tinha entendido nada. Ela mordia os lábios para segurar a língua, pois as palavras coçavam para sair. Tinha costume de falar demais, inclusive aquilo que pensava. Por isso, em pensamento, torcia para que ele não perguntasse nada, que somente respondesse seu adeus. Ele perguntou. Ela respondeu. Disse que não havia encaixe, que podiam ser sinceros um com outro, pois era melhor que uma tentativa frustrada de um beijo sem sabor.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Descobrindo os sexos

Eu sei que ele quer falar alguma coisa, pois está me fitando há horas. Ele me olha e dá meio sorriso, me olha e dá meio sorriso. Até que cria coragem e pergunta.
- Tia, cadê seu pipi?
- Hã!?
- Seu pipi que nem o meu?
- Não tenho pipi.
- Mas que que voxê tem aí?
Que pergunta! O que eu respondo? O que eu respondo? Ele tem três anos, preciso de uma palavra amena...
- Uma periquita.
Uma periquita? Que ideia foi essa? Dou risada enquanto ele pronuncia a nova palavra.
- Periquita, perliquita, peliquita, periquita...Mas por que voxê não tem pipi?
- Ué, porque eu tenho uma periquita. Sou mulher.
- Mas como que é exa periquita...peliquita? É, é, é...igual pipi?
- Não. É diferente.
- Como tia, como? Me mostla.
- Ela não voa.
No momento em que dou risada da minha explicação ridícula, meu sobrinho sai pela casa gritando para todo mundo que a minha periquita não voa e pedindo explicações, pois ele quer saber por que a peliquita não voa. Do meu quarto escuto minha mãe.
- Larissa, o que você tava falando pro Enzo?
- Sobre os sexos, mãe. Sobre os sexos.

Em tempo, é melhor eu esclarecer a cena deste discurso. Não, ninguém estava nu. Eu estava no meu quarto escrevendo, no computador. Meu sobrinho me espiava da porta, meio que escondido nela. A cena é típica. Ele vem correndo até meu quarto e pergunta o que estou fazendo, se digo que estou trabalhando, ele fica quietinho, por um tempo breve, atrás da porta me olhando. Mas, dessa vez, ele nem me chamou. Ficou me fitando por uns 10 segundos, o que é muito tempo para uma criança ativa e inquieta como ele, e disparou a pergunta, seguida de outras questões...como descrevi acima.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Microconto de inveja

Fim de tarde. Foi correr. O sol, mesmo indo embora, fazia-se presente. Escaldante. O suor escorrendo pelo corpo, a respiração ofegante. Olhou para frente, para o lado, para trás. Homens, vários homens. Dor de cotovelo. Também queria tirar a camisa.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Quando se tem senso de humor...

Jornalista conceituada em Campo Mourão é presa por tráfico de drogas. Então, no MSN, uma chuva de pessoas, já que jornalistas são poucos na cidade. Todos me perguntando quem era a jornalista, onde trabalhava, como era a sua fisionomia. Antes que eu pudesse fornecer qualquer informação, o MSN piscava. As inúmeras pessoas que conversavam comigo já tinham o link do orkut e de um currículo on-line da profissional. Entre as diversas curiosidades virtuais acerca do caso, aparece um amigo.

- Larissa! Não é vc que tá presa por tráfico de drogas, né? A matéria de O Diário fala só "uma conceituada jornalista de C. Mourão"...
Demoro para responder.
- Larissa! Vou interpretar a falta de resposta como sendo "sim".
- kkkkkkkkkkkkkkkkk. Seu bobo.
- Vc tá ocupada com o quê? Interrogatório?
- Capaz, imagina eu amante de traficante? Se é pra ser amante que seja de alguém melhor né? Hahuahuaha. Fique tranquilo, não sou eu.
- Loucuras de amor! Pense na adrenalina.
Eis que ele lembra de quando fechou o bar aqui da cidade, também por causa de drogas.
- Viu, o dia que fechou o Corleone ela tava lá filmando...Eu sendo revistado e a bandida filmando!
E é verdade, ele foi revistado!

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mulher com quase 30

Antes de qualquer coisa é melhor que você saiba: tenho quase 30 anos. Acho melhor esclarecer a faixa etária, porque minha voz calma e infantilizada faz parecer menos. Quando me encontrar, vai me dar uns 20 e poucos. Se eu estiver com um salto e maquiagem, vou parecer mais velha. Quiçá acerte a minha idade. É preciso que fique claro, estou muito mais perto dos 30 do que dos 20. Já não curto balada – sempre fui meio idosa para essas coisas – , muvuca e afins. Eu garanto que isso não quer dizer que eu seja tão chata ou que tudo será monótono. Minha imaginação é fértil e minhas vontades atípicas. Tenho ensino superior completo e a segunda faculdade pela metade. Sou tia, trabalho, cuido de mim mesma, da minha família e serei madrinha. Terei afilhado. Ser tia e madrinha indica que eu já tenho certa experiência, não acha? Poucas são tias e madrinhas aos 15. Não. Não quero ser mãe. É que acho fundamental isso, essa coisa de você saber que já tenho idade o suficiente para discernir o que é certo e errado, o que é bom ou ruim, de acordo com o que eu penso, sinto e quero. Adianto, tenho um rosto harmônico e um semblante que passa a impressão de que sou calma e sutil. É pegadinha. A harmonia da minha face não combina com os versos brancos que carrego dentro de mim. Nem com a minha falta de paciência e minhas neuroses constantes. Por vezes, sou intransigente. Por que eu estou falando tudo isso? Porque pedi você em 2011. Nas escuras, sem definir cor, credo, classe social. Você, apenas. Não lhe defini, porque não quero algo que seja conceituado, explicado. Tem que ser sem razão. Até sair faísca. Confesso, desejei você barbudo, porque barbas me seduzem. Também pedi que fosse avassalador. Não você, mas nós. Porque não importa o quanto dure, o essencial é que pareça que seja eterno e que juntos desejemos essa coisa infinita finita. Nosso encontro está marcado. Espero a sua ligação, a sua voz, a sua boca na minha boca. E isso só vai acontecer se você não se assustar e quiser uma mulher com quase 30.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Noite de ano novo

Uma noite quente. Roupa branca. Um pouco de amarelo, vermelho, rosa. Pessoas em volta da mesa aguardando a hora da ceia. Uma TV ligada imperceptível, som baixo, ninguém no sofá. Crianças correndo pela casa. Adultos confabulando, rindo, gesticulando. A rua vazia, mas barulhenta, de um som que ecoa de dentro das casas, dos quintais. Os sons se misturam e se encontram ali, no asfalto. É o burburinho de comemoração.
Várias espiadas no relógio. É quase meia noite. Enquanto o ponteiro do relógio parece demorar a girar, os fogos anunciam a virada. Olha para a TV, as imagens confirmam. É ano novo. Abraços, beijos, felicitações. Em cada um a expectativa de uma vida melhor. Adeus ao ano que se foi. Bem vindo o ano que chega, que seja, sobretudo, lépido. Entre os abraços, o brinde, as risadas e o barulho dos talheres daqueles que comiam, sentiu o cheiro do novo, de recomeço, exalando de si mesma e daqueles que a rodeavam. O cheiro saía da alma, não do calendário.
Feliz Ano Novo.