domingo, 4 de março de 2012

Tudo alinhado, demais.

Nenhuma almofada fora do lugar. A vermelha ao lado da amarela que está do lado da marrom, seguida de mais uma vermelha. Todas no centro do sofá de canto. No chão, o brilho chama a atenção. Sobre a mesa de jantar, apenas o vaso com as flores. Não há cadernos, chaves, revistas ou mesmo cartas, que antes eram deixados pela mesa, fazendo-a parecer muito mais um móvel de escritório do que uma mobília de sala de jantar. Ao lado da porta de entrada, perto do tapete, nenhum sapato. Ainda se tira o calçado para entrar em casa, mas ninguém mais o deixa fora da sapateira. Casa limpa e arrumada, sinônimo de ausência e silêncio. Foi até a sapateira, pegou uns calçados e os deixou no pé da porta. Depois, espalhou papéis dos mais diversos sobre a mesa. Também jogou uma almofada no chão e desalinhou as demais, que ficaram perdidas uma das outras no sofá. Disfarçava a saudade, simulando a bagunça de outrora.