segunda-feira, 25 de março de 2013

Tibum

O vento uiva na curva. Teria ele dito algum palavrão pela velocidade com que virou ou aquela expressão máxima de quem se desvia era um vocábulo de alívio de quem, enfim, encontra-se? De repente, o vento que zumbia parou. A partir de então, pela fresta da janela, só quem falava era a brisa. Brisa que se encontrava com o restinho de sol. E as voltas que a brisa dava em torno daquele último suspiro de luz parecia gracejo. Gracejo invisível, quase imperceptível. Só se sabe o que vento diz e se vê o que a brisa faz quem mergulha na simplicidade. Tibum.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Os três verbos dos 28

Os 28 é diferente dos 20 anos (meio óbvio!), quando você ainda deixa uma pessoa entrar e permanecer ao seu lado, sem saber ao certo se quer ou não. Aos quase 30, o desejo é mais preciso e a distância se torna fundamental para determinado tipo de gente. Para os incômodos, os desesperados e mal resolvidos: ignorância. Aos poucos, torna-se evidente que ninguém é obrigado a aguentar aquilo que não se aguenta. Se está cheio, larga mão. Abandona e recomeça, mais uma, duas, três vezes – com sensatez! Se não estagnar, a vida, naturalmente, segue seu curso. E o caminho que se percorre pode ser diferente do planejado. Mas e daí? Outro rumo. Quem disse que é pior?! Há oportunidade. Com 28 anos, sabe-se disso, porque a ânsia diminui, tanto a ânsia de chegar logo ao “pódio” quanto a ânsia que o novo provoca. Mudanças, às vezes pequenas e outras grandíssimas, são necessárias. Também, aos 28, aprende-se que aquela coisa da atração é factual: brigas atraem brigas, mau humor atrai mau humor e por aí vai. Simplicidade atrai simplicidade! Logo, simplificar é o verbo que impera, quando se está mais próxima ainda dos 30. Depois vem o desencanar. Desencanar-se de si mesma. De corpo, alma e coração. E dos outros. Afinal, cada pessoa é um universo, que sente e pensa de maneira única. Então, a felicidade, de verdade, só diz respeito a quem a sente. E ponto! Outro verbo bem presente aos 28 é o refutar. Depois de algumas experiências, sua conjugação passa a fazer sentido realmente. Tanto semântico, quanto prático. Aos 28 anos fica evidente que temos a vida que queremos. Pessoas, trabalho. Coisas. Simplificar, desencanar e refutar. Até os 30 e para além deles!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Vi-ra-da

Diz que o Ano Novo, de verdade, acontece quando a gente quiser. Pode ser no começo do ano, no meio ou no fim. Independe de data, da cronologia. Mas eu preciso da virada, do dia 31 de dezembro para o dia 01 de janeiro. É nesse intervalo de tempo, entre o ano que se despede para o ano que nasce, que eu ganho gás. Para mudanças, para novos planos. Também, esse marco, é um momento de retrospectiva. De lembrar as perdas e os ganhos do ano que está acabando. De, mentalmente, fotografar os melhores momentos. Os melhores abraços, os melhores sorrisos. De visitar dores, de um mal entendido, de uma briga, de um arrependimento, de uma perda. Duas perdas. É a tentativa, quase sempre falha, de compreender o incompreensível. De divagar em mim mesma, refazendo os caminhos e rostos que passaram durante o ano, por mim. Para mim. Oração. Mais uma oração, duas, três. Eu rezo, para que o ano inicie bem. Que o durante seja bom e que o ciclo se conclua com mais prós do que contras. É quase meia noite. Uma pitada de medo com alegria. São os fogos e a energia única que só o Ano Novo, do calendário, tem. Feliz Ano Novo!