segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Mulher com quase 30

Antes de qualquer coisa é melhor que você saiba: tenho quase 30 anos. Acho melhor esclarecer a faixa etária, porque minha voz calma e infantilizada faz parecer menos. Quando me encontrar, vai me dar uns 20 e poucos. Se eu estiver com um salto e maquiagem, vou parecer mais velha. Quiçá acerte a minha idade. É preciso que fique claro, estou muito mais perto dos 30 do que dos 20. Já não curto balada – sempre fui meio idosa para essas coisas – , muvuca e afins. Eu garanto que isso não quer dizer que eu seja tão chata ou que tudo será monótono. Minha imaginação é fértil e minhas vontades atípicas. Tenho ensino superior completo e a segunda faculdade pela metade. Sou tia, trabalho, cuido de mim mesma, da minha família e serei madrinha. Terei afilhado. Ser tia e madrinha indica que eu já tenho certa experiência, não acha? Poucas são tias e madrinhas aos 15. Não. Não quero ser mãe. É que acho fundamental isso, essa coisa de você saber que já tenho idade o suficiente para discernir o que é certo e errado, o que é bom ou ruim, de acordo com o que eu penso, sinto e quero. Adianto, tenho um rosto harmônico e um semblante que passa a impressão de que sou calma e sutil. É pegadinha. A harmonia da minha face não combina com os versos brancos que carrego dentro de mim. Nem com a minha falta de paciência e minhas neuroses constantes. Por vezes, sou intransigente. Por que eu estou falando tudo isso? Porque pedi você em 2011. Nas escuras, sem definir cor, credo, classe social. Você, apenas. Não lhe defini, porque não quero algo que seja conceituado, explicado. Tem que ser sem razão. Até sair faísca. Confesso, desejei você barbudo, porque barbas me seduzem. Também pedi que fosse avassalador. Não você, mas nós. Porque não importa o quanto dure, o essencial é que pareça que seja eterno e que juntos desejemos essa coisa infinita finita. Nosso encontro está marcado. Espero a sua ligação, a sua voz, a sua boca na minha boca. E isso só vai acontecer se você não se assustar e quiser uma mulher com quase 30.

6 comentários:

  1. Eu acho que as mulheres de quase 30 têm seu charme. E que é bem melhor que as de quase 20 e não tão bom quanto as de quase 40. E quando se trata de você, acho que não importa a idade, o cara tem sorte de sobra. E o melhor: ele vai saber disso.

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  2. Já tentei ser esse alguém que você procura, mas se quer me aproximei de você, inúmeras tentativas frustradas de conversar com você, acabei desistindo por um certo período e as vezes pensei em procurar alguém mais "acessível" parece que vivemos em mundos diferentes, pois até agora não consegui ter a oportunidade tão esperada, apesar de frequentemente ver você na rua, porém seria muito efusivo de minha parte tentar qualquer diálogo com você nestas circunstâncias. Atualmente estudo possíveis formas de nos conhecermos, em breve saberás quem sou eu.

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  3. quando li o texto, pensei que tinha que escrever algum comentário... agora aqui, com a caixa em branco, não sei o que escrever, a não ser que gostei do texto e que, gente como a gente, tem "bastante" por aí, só não sei porque elas não "se encontram".

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  4. Estou na mesma situação que o caro colega acima, sei que TENHO que fazer um comentário, só não sei como dizer, será que basta adorei o texto ? rsrsrs

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  5. Ai mulher de "quase" 30...vc é tudo isso aí mesmo!que seu 2011 seja lindo como vc.Tenho certeza que meu filho(a) terá a melhor madrinha do mundo!S2

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  6. Você vai precisar de uma garrafa vazia, rolha, papel e praia.

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Porque quem comunica se trumbica.