quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O dedo na ferida

Eu não vou para o céu. Não depois de lhe despejar palavras tão duras. Eu sei, eu errei, mas esse meu jeito de expulsar tudo o que me incomoda é inevitável. Tento, engulo seco. Mas sai, às vezes sem querer, outras por querer, como forma de ser livre mais uma vez. Sabe, quando algo me sufoca, eu fico louca. Tá, mais louca ainda. Eu preciso de ar. Porque eu sinto demais. É uma das minhas fraquezas, essa coisa de sentir o dobro. Eu sinto em intensidades não calculáveis. As minhas dores, assim como minhas paixões, são demasiadamente efusivas. Queimam-me, machucam. É, em você também machuca. O problema é que sou fraca demais. Então eu fujo, procuro alternativas, miro para outros cantos. Tem vez que dá certo. Se a dor persiste? Eu a transformo em outra coisa qualquer. Não nasci para dores. A minha busca incessante é por um equilíbrio, no qual eu me permita sentir dores. Expulsá-las nem sempre é o mais sensato. Eu invejo você e a sua sanidade. Certos exageros são desnecessários, sou ciente disso. Falta eu aprender.

5 comentários:

  1. Queria ter escrito isso. Post mais bunito e foda até hoje!
    Adorei

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  2. Você escreve melhor. Eu sei, você sabe. Você é foda.

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  3. O dedo é seu, a ferida é sua...
    Tire o dedo, mas mesmo assim (as vezes) a dor continua...
    Se tivermos que mudar, para nos aceitar...
    É por que inda não o somos...
    Tentamos, nos enganamos...
    “Ser ou não ser, eis a questão”...
    Não faça desta busca algo em vão...
    Só reconhece em alguém uma virtude...
    Quem a tem, mesmo que de forma rude...
    Estimar de mais sanidade, razão...
    Em uma sociedade condicionada é ilusão...
    Somos todos essência...
    Indiferentemente a aparência...
    Seja você a todo instante...
    Personalidade é cativante...
    Cada pira, cada birra é sua...
    Recomendo, não a dilua...

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  4. "Cada pira, cada birra é sua..."
    Gostei disso! Valeu.

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Porque quem comunica se trumbica.