Encontraram-se na estação de trem de uma cidadezinha qualquer. Sabiam que se cruzariam, um dia, mas não sabiam onde, quando, como. Foi depois de 5 anos separados, 5 anos sem conversa, 5 anos sem olhares, 5 anos sem amor.
O encontro estranho e inusitado provocou sensações incomodas em ambos, que não sabiam como reagir, principalmente ele, que, mergulhado em carência, há poucos dias tinha mandado uma mensagem para o celular dela. E ela não tinha respondido. A indiferença era o pior castigo para quem era tão orgulhoso e crente de seus “poderes” de sedução. Machucava, até.
Como não podiam evitar o encontro, visto que o mesmo já tinha se dado, ela foi até ele. Cumprimentou com um abraço sem graça e um beijo na bochecha. Achou estranho aquilo, aquele abraço sem vontade e aquele beijo sem gosto em quem, no passado, dava abraços apertados e beijos molhados. Adorava beijar aquela boca, ver aquele sorriso, sentir aquele cheiro. O mundo realmente gira e o tempo, definitivamente, é o melhor remédio, pensou.
Ele, sem jeito, mecanicamente a abraçou e retribuiu o beijo não molhado. Enquanto ela disparava perguntas e se mostrava até que interessada no que ele andava fazendo, ele se perguntava como tinha a deixado partir. Questionava o porquê de sua poligamia, se na maior parte do tempo, ela, somente ela, bastava. Queria ter sido menos grosso, menos fraco, menos imaturo. Eram 5 anos sem se ver, sem se tocar, mas ele sempre lembrava dela.
Constantemente mandava uma mensagem ou outra, mexia no seu orkut, enviava e-mails gigantescos, ligava. Era raro ela atender e quando atendia conversavam rápido, porque ele notava sua voz demasiadamente faceira, sua risada gostosa. Então era breve, pois sem ele, ela era mais feliz. E ela sabia que sua voz entregava o seu entusiasmo, sabia que isso o perturbava. Sentia-se no controle da situação, ela que havia se doado integralmente à paixão, ela que não enxergou mais ninguém por causa dele.
Agora era diferente. Os anos que passaram juntos tinham sido arquivados em seu coração. Chegou a pensar que nunca mais amaria, que nunca mais se envolveria com ninguém. Errou, vieram outros amores, outras dores. Era um ciclo repetitivo e continuo em sua vida.
Na estação, notou que ele não a queria ali. Jamais respondeu suas mensagens, seus e-mails. Há dois dias tinha enviado a ela uma mensagem de suplicio que também não obteve resposta. Quando atendia suas ligações era porque o número não era identificado, e ele sabia disso, sentia o desprezo.
Despediram-se. Ele aliviado, pois não sabia levar um fora, poucas mulheres lhe diziam não. Ela satisfeita, porque, de fato, ele não fazia mais parte dela. Agradeceu aos deuses e ao acaso, sentiu-se abençoada por não passar o Dia dos Namorados com ele. De noite, pediu vinho e brindou o amor com as amigas. Tinha uma capacidade de amar e desamar quantas vezes quisesse, quantos homens viessem, mesmo não sendo ele.
O encontro estranho e inusitado provocou sensações incomodas em ambos, que não sabiam como reagir, principalmente ele, que, mergulhado em carência, há poucos dias tinha mandado uma mensagem para o celular dela. E ela não tinha respondido. A indiferença era o pior castigo para quem era tão orgulhoso e crente de seus “poderes” de sedução. Machucava, até.
Como não podiam evitar o encontro, visto que o mesmo já tinha se dado, ela foi até ele. Cumprimentou com um abraço sem graça e um beijo na bochecha. Achou estranho aquilo, aquele abraço sem vontade e aquele beijo sem gosto em quem, no passado, dava abraços apertados e beijos molhados. Adorava beijar aquela boca, ver aquele sorriso, sentir aquele cheiro. O mundo realmente gira e o tempo, definitivamente, é o melhor remédio, pensou.
Ele, sem jeito, mecanicamente a abraçou e retribuiu o beijo não molhado. Enquanto ela disparava perguntas e se mostrava até que interessada no que ele andava fazendo, ele se perguntava como tinha a deixado partir. Questionava o porquê de sua poligamia, se na maior parte do tempo, ela, somente ela, bastava. Queria ter sido menos grosso, menos fraco, menos imaturo. Eram 5 anos sem se ver, sem se tocar, mas ele sempre lembrava dela.
Constantemente mandava uma mensagem ou outra, mexia no seu orkut, enviava e-mails gigantescos, ligava. Era raro ela atender e quando atendia conversavam rápido, porque ele notava sua voz demasiadamente faceira, sua risada gostosa. Então era breve, pois sem ele, ela era mais feliz. E ela sabia que sua voz entregava o seu entusiasmo, sabia que isso o perturbava. Sentia-se no controle da situação, ela que havia se doado integralmente à paixão, ela que não enxergou mais ninguém por causa dele.
Agora era diferente. Os anos que passaram juntos tinham sido arquivados em seu coração. Chegou a pensar que nunca mais amaria, que nunca mais se envolveria com ninguém. Errou, vieram outros amores, outras dores. Era um ciclo repetitivo e continuo em sua vida.
Na estação, notou que ele não a queria ali. Jamais respondeu suas mensagens, seus e-mails. Há dois dias tinha enviado a ela uma mensagem de suplicio que também não obteve resposta. Quando atendia suas ligações era porque o número não era identificado, e ele sabia disso, sentia o desprezo.
Despediram-se. Ele aliviado, pois não sabia levar um fora, poucas mulheres lhe diziam não. Ela satisfeita, porque, de fato, ele não fazia mais parte dela. Agradeceu aos deuses e ao acaso, sentiu-se abençoada por não passar o Dia dos Namorados com ele. De noite, pediu vinho e brindou o amor com as amigas. Tinha uma capacidade de amar e desamar quantas vezes quisesse, quantos homens viessem, mesmo não sendo ele.
O seu post me lembrou o filme 'antes do por-do-sol', embora o final dele tenha sido mais alegre...
ResponderExcluirQuando reencontramos alguém depois de muito tempo às vezes temos essa surpresa, essa sensação de não entender o porque do amor antigo, as mudanças que vieram... É triste, mas muitas vezes estar longe e livre é um alívio!
Dia dos namorados ou um sábado gelado? rs rs
Que seja feliz, ainda assim!
Bjão
absolutamente pertinente, Larinilda.
ResponderExcluir=)
E eis que finalmente ele recebeu o que merecia. E percebeu que ela era muito para ele!
ResponderExcluirLendo este texto, todas acabam percebendo que as histórias têm um final comum. O que parece ser impossível no fervor da paixão acontece: nós superamos.
ResponderExcluirQuerida Lari, amei o seu texto.
ResponderExcluirNão pela desfecho, sim pela delicadeza do conteúdo. E por mostrar com tanta suavidade que somos capazes de nos dar ao máximo, sem medo de sofrer. E se sofrermos, temos a incrível capacidade de resiliência - e nos recuperamos, e não desistimos. E não desistimos não para não estarmos sós, já que a solidão não nos aflige, não é uma inimiga. Não desistimos por acreditar que o amor vale a pena e que alguém, em algum lugar, merece a nossa companhia e o nosso amor.
:)
Lari, querida, pausa para ler alguns de seus posts (sim, eu estava sem net; sim, não tenho muito o hábito de blogviajar; mas hoje resolvi mudar isto um pouquinho).
ResponderExcluirAmei o seu estilo. Mesmo, e muito. Gosto das idéias, das sequências, do modo como conta histórias. Acredito que você vai longe, garotinha. :)
Sou suspeito. Ainda mais conhecendo as inspirações do texto. Cada palavra é escolhida de forma ímpar. Cada nuance semântica se reforça na sinceridade das histórias vividas por ela. Ela que decidiu viver sinceramente derrama no texto sua vida escondida em palavras que tem sentido figurativamente real. EU TE AMO
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