sábado, 13 de fevereiro de 2010

Da necessidade de ser tia

Os brinquedos espalhados pelo quarto onde ele dormia, uma meia pequena demais entre as minhas meias e a marca da mãozinha dele na parede do meu quarto, são, hoje, a minha companhia. O jeito de, realmente, não esquecer ele – como se isso fosse possível. Sinto falta da voz, dos abraços apertados, dele me perturbando porque queria ver um vídeo no youtube ou por querer brincar de esconde-esconde. Gostava de chegar em casa – geralmente cansada, esgotada, depois de trabalhar e estudar – e ser indagada: “Tia, onde você tava?”. Parecia impaciente com a minha ausência.
Quando eu chego em casa, ninguém me pergunta nada...
Se me dissessem que meu coração viveria assim, mergulhado numa saudade que não se pode matar, que dói, talvez eu não tivesse me envolvido tanto. A verdade é que nós não podíamos ter nos separado. A distância deveria ter chego naturalmente, quando eu não pudesse mais carregar você no colo e apertar suas bochechas. Talvez nos distanciássemos na sua adolescência. Mas, agora, assim, você longe de supetão não é bom. Sinto saudade de ser tia, a sua tia.


2 comentários:

  1. A vida é assim, minha flor. As coisas às vezes vão mesmo de supetão. Ainda bem que você pode contar dessa maneira assim, tão linda!
    Tô aqui, querida, pro que precisar! Beijoo

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  2. aprendeu a colocar musica neh?
    kkkk
    http://www.mexendonosaco.blogspot.com/

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Porque quem comunica se trumbica.