segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

O retorno

Eu lembro de quando vim embora, de quando Guarapuava, de certa forma, ficou pequena. Eu vim chorando em companhia do caminhoneiro que foi buscar a minha mudança. Entre a cômoda, a máquina de lavar roupas e os meus outros pertences: eu. Eu deixando a vida universitária. Era triste deixar todo mundo, era doloroso saber que dali para frente era cada um por si, cada um para o seu canto. De canto em canto, foi-se todo mundo.
E toda vez que percorro os 200 e poucos quilômetros que me separam de Guarapuava, sinto dores semelhantes a da partida. O retorno, mesmo sendo bom, é penoso. As ruas contam histórias, o céu (que é mais azul) traz lembranças, o vento frio estimula a memória e o prédio onde vivi inspira inúmeras situações, das mais engraçadas às mais tristes, algumas bizarras. Daí todo mundo se vê, se abraça, conta as novidades. Mas não é a mesma coisa, parece que perdeu o encanto, a magia. E isso não quer dizer que seja bom ou não, porque mesmo sem o encanto, a cidade ainda mexe comigo. Eu volto para casa e me sinto deslocada. Volto mais nostálgica e menos feliz, depois passa.


2 comentários:

  1. Lari, nem gosto de lembrar de você indo naquele caminhão. Nem gosto de lembrar do aperto que me deu. Também não gosto das idas a Guarapuava. Essa, então, que marca uma das últimas... doeu, minha flor, muito.
    Te entendo perfeitamente. Porque Guarapuava não foi muito boa para a gente, mas a gente fez dela o melhor que podia. Pra vivermos os melhores anos das nossas vidas. Ainda bem que pude contar com você, lá. É por essas e outras que, sim, Guarapuava valeu a pena. Amo vc!

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  2. Sabe que eu me sinto assim quando vou a minha cidade natal.Cada lugar me traz uma lembrança, as vezes boa, as vezes ruim..acho que vai ser assim tmbm quando eu me mudar daqui..

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Porque quem comunica se trumbica.