sábado, 20 de outubro de 2012

Francisco e Tereza

Chamam-se de amor. Amor para lá, amor para cá. Amor com bom dia, boa tarde e boa noite. Mas sem diálogo. Amor de dividir as refeições e garrafa de vinho, como se não estivessem na mesma mesa, incomodados com o silêncio ininterrupto produzido somente por pessoas que já se conheceram, mas que se perderam uma da outra. Amor de ver filme juntos mas separados. De intimidades, de usar o mesmo banheiro com a porta aberta e de tirar a roupa sem fazer carícias. Amor de dormir juntos, nunca de conchinha. Amor de retratos espalhados pela sala, nas paredes do corredor. De pose. Amor registrado em cartório, confirmado na igreja e atestado com os filhos. Mas sem resquícios no dia a dia.

Um comentário:

Porque quem comunica se trumbica.