sábado, 6 de agosto de 2011

A fruta nunca cai longe do pé

Eu tão dona da razão, você tão dona do coração. Eu, um vulcão em erupção. Você, um mar sem onda. Você, a paciência que nunca tive. Eu, o imediatismo (aquela coisa de sem rodeios e de preferência já – agora) que você dispensa. Será efeito de nossas épocas? Pois é, até nisso a gente não combina. Nossa diferença de quase 30 anos de idade colabora para que pensemos de maneira tão oposta. E nessa coisa de sermos tão avessas, a gente se preocupa demasiadamente. Eu com você e você comigo. Você questiona as minhas escolhas, eu não entendo as suas. Daí que a gente se preocupa, que a gente coça a cabeça, coloca a mão no queixo. Depois desses movimentos de quem busca comprensão, o silêncio. Uma olha para outra. Você tenta se encontrar em mim e eu em você. Alguma coisa temos em comum. Temos de ter! Mas a gente ainda não achou essa parte em comum. A semelhança externa a gente vê todo dia. Eu vejo você no espelho e você me vê no seu espelho. Quiçá seja isso. Eu uma parte adormecida de você, aquilo que você nunca foi por algum motivo. E você uma parte do que eu ainda vou ser, por algum motivo.

Um comentário:

  1. Muito lindo o texto Larissinha. É uma delícia ler o que você escreve. Grande abraço.

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Porque quem comunica se trumbica.