segunda-feira, 18 de abril de 2011

A noite perfeita

Despiu-se. Antes de se vestir novamente tomou uma taça de vinho. Duas, três. Já vestida e ninguém apareceu. Para se distrair ligou a TV, o computador. Deixou que a música tocasse em tom elevado. Sentava-se e se levantava numa frequencia frenética. Ia até a janela, observava o movimento da rua na tentativa de encontrar um automóvel conhecido. Não achava nada, só pessoas indo e vindo pela calçada e uma pilha de carros estranhos. Voltou-se para dentro. Foi olhar-se no espelho, arrumou o cabelo, retocou a maquiagem. Simultaneamente, ela mirava o celular, que não tocava e nem vibrava. Retornou ao computador e no mundo virtual também não tinha nada. Resolveu que iria só esperar, mesmo detestando a espera. Esperou até que, no sofá, pegou no sono. Acordou na madrugada, com a TV sem sinal, o computador em estado de espera e o corpo dolorido. Espreguiçou-se, antes que notasse que a noite não seria perfeita. Só queria ter alguém ao lado, para dizer baixinho o nome dela.

2 comentários:

  1. Não gosto de esperar. Mas minha vida tem sido uma grande espera. Seus textos cada vez mais me colocam dentro dele. Mas, sinceramente, não queria ter que estar esperando tanto assim...

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Porque quem comunica se trumbica.