quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Quadro sem pintura, retrato sem moldura.

A aquarela dos meus olhos é que lhe deu cores. Cores que eu mesma pintei, que eu mesma mesclei. Você é desprovido de cores. Chega até ser nebuloso. E a névoa que o envolve é a cor da minha angustia por não notar tamanha obscuridade antes. Enquanto eu queria absorver a sua presença, você nem sequer notava a minha. Até os beijos e abraços eram limitados. Mas as palavras não. Sem saber o que falava foi falando sem parar. Palavras de bom gosto, dessas que o ouvido adora escutar. Das quais os olhos saltam ao ler. Como sou apaixonada pelas letras, por elas juntas carregando significados indescritíveis, apaixonei-me pelo seu falso retrato. Que eu mesma fotografei. Coisa de coração tolo, de quem se entrega por entregar. Eu inteira, você nem pela metade.

Um comentário:

Porque quem comunica se trumbica.