quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dança do tempo

Estava pensando em comprar um carro, não porque queria, porque era um jeito de guardar a grana. Dinheiro na mão é vendaval, mesmo. Tinha aprendido. Mas, quando olhou o anúncio do apartamento, seus planos mudaram. Foi sozinha lá ver. Era pequenininho. Do jeito que tinha pensado que fosse quando terminou de ler o anúncio. Na medida certa para duas pessoas, talvez mais uma criança também. Como era sozinha, o tamanho era perfeito.
Ficou imaginando sua vida ali, naquelas quatro paredes. Ela dona de sua casa, que além dos dois quartos, tinha cozinha, lavanderia e uma sala e copa, juntas, no mesmo ambiente. O banheiro era minúsculo, mas, para que tão grande?Pensou. Talvez não fosse a hora certa.
Olhou pela última vez o imóvel e desejou intensamente ter aquele metro quadrado. Estranha foi a vontade de mergulhar ali dentro. De se ver sozinha ali com o que tinha: meia dúzia de objetos pessoais, um computador antigo com mesa e cadeira, seus dois quadros recém adquiridos, o kusudama dado pela amiga, seu mural de fotos, seus livros, filmes e milhares de blocos de anotações. Por que não?

2 comentários:

  1. Acho que caberia perfeitamente nos seus planos... =D

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  2. Investimento na VIDA. Com o tempo o espaço será pequeno para tantos objetos e sensações. Mas por hoje, e por um bom tempo, é seu. Sonhe, é o primeiro passo para concretizá-lo.

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Porque quem comunica se trumbica.