domingo, 14 de março de 2010

Hoje o mar tá pra Lua

Noutra vida eu fui marinheira, navegadora dos sete mares, dona de muitos amores. Só isso explica a minha insatisfação com as paredes do meu quarto e essa minha vontade, ardente, de cair no mundo. É tanta coisa que eu queria saber, que eu queria conhecer, que eu queria ver.
Eu invejo quem se joga na estrada. Queria eu ter essa coragem, daí eu desconheceria a monotonia. Meu bom dia seria para estranhos. Para cada dia do ano, um amor, um amigo, uma rotina. Eu não teria rotina. Eu tomaria conta de mim e tiraria o retrato da minha vida com os meus olhos. Na minha retina as tristezas e alegrias da minha vida de cigana.
No meu rosto, a satisfação. Nada de blush, rímel ou batom. A cara lavada e a face queimada explicitariam a minha felicidade de a cada momento estar em um local diferente. Colecionaria pessoas, em cada lugar, um alguém. Eu passaria pela África, Ásia. Absorveria as Américas. Da Europa, a vontade de ser descobridora.
Se eu fosse marinheira, um dia, o mar ficaria pequeno. Eu ficaria descontente com a quebra das ondas, desdenharia da maré. Eu iria querer partir para a Lua. Certeza.

2 comentários:

  1. Ah, eu entendo isso. Como entendo. Você sabe, né, Lari, não vou pro mundo porque tenho medo. Mas queria. Ai, eu queria!

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  2. disse uma cantora que eu gosto: "...Ah, se eu fosse marinheiro era eu quem tinha partido, mas meu coração ligeiro não se teria partido. Ou se partisse colava com cola de maresia, eu amava e desamava sem peso e com poesia..."

    aaahhh... se eu fosse marinheiro.... mas tambem nao sou..
    beijao

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Porque quem comunica se trumbica.