quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Ajuda do governo sim, e por que não?


Por esses dias recebi uma mensagem curiosa no twitter que dizia: “Feministas querem que governo incentive divisão de tarefas domésticas entre homem e mulher”. Na hora cliquei para ver a matéria na integra. Gostei.
Fui ver do que tratava, e, mais uma vez, adorei. Eu acho justo que os homens ajudem nas atividades domésticas. Oras bolas, por que eu tenho que trabalhar fora e em casa, e ele apenas fora? Sim senhor, se as mulheres possuem uma jornada tripla (trabalho+casa+filho – quando se tem), que os homens também possuam. Ajuda é fundamental e a divisão do serviço não mataria ninguém, apenas otimizaria o tempo dele e dela. Depois de tudo limpo, arrumado e bem cuidado, sobraria tempo para ele e para ela, para um livro, uma pelada, uma caminhada, um filme, um cochilo a dois. Simples.
Comentei sobre a matéria com umas três pessoas. Elas acharam extremamente estranho e desnecessário as mulheres pedirem ajuda ao governo para que os homens participassem mais da vida doméstica, para que o estado incentivasse a sociedade a repensar o papel do homem nas famílias brasileiras. Se o mundo está se transformando, se a mulher agora exerce outras funções que não só a de mãe e dona de casa, por que os homens não podem assumir outras responsabilidades? Sem guerra do sexo, sem sexismo. Não precisamos disso.
Pedir ajudar do governo não é o cúmulo, como alguns afirmaram. O governo é o meio pelo qual são lançadas campanhas contra o preconceito, estimulando a boa convivência entre os gêneros, entre o branco e o afrodescente, entre o que não possui necessidade especial e aquele que a tem. Então, por que não estimular a boa convivência entre as mulheres e os homens modernos? Por que, nós, todos, não repensarmos nos nossos papéis sociais?
Eu acho que é como a camisinha. Antes não se tinha propaganda, não se falava sobre métodos preventivos e nem se usava. Com a realidade modificada, aparecimento do HIV, discussões sobre a camisinha se tornaram necessárias. Daí as campanhas “sexo com camisinha” e o seu uso no nosso cotidiano. Talvez, com os homens, o procedimento seja o mesmo. Depois das campanhas, ele e ela estarão trabalhando juntos. Ela lavando a louça e ele trocando a frauda. Pode ser o contrário também. Vai demorar, a conquista será em longo prazo, porém, agora é a hora de começar. Prontos?

Obs: Minha avó com seus 68 anos de idade está cansada. Reclamou de uma propaganda de refil para patente de banheiro. Uma que o cara grita: “Querida, precisa trocar o refil”, daí a mulher chega com roupa de mergulho para trocar o bendito. Não lembro a marca. Mas, enfim, achei engraçado a minha avó reclamar da propaganda, intitulando-a de machista. “Por que sempre a mulher que tem que limpar o banheiro? Eu acho que ele tinha que dizer: Querida vou trocar o refil”, disse a minha vó. Bati palmas para ela, ao mesmo tempo que constatei o quanto ela se incomoda de ser, apenas, a dona de casa. Ah, que fique claro, meu avô, 72 anos, além de trabalhar fora, lava a louça e limpa a calçada. Lindo, assim.

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