Já faz um tempo que ouvi de uma amiga que “a Lari doce” já não existe. E a constatação de tal transformação só me ocorre agora. A ficha caiu...Recebi uma notícia, destas que mudam a vida de uma família inteira, que traz esperança, que recicla. Ela é boa, e, apesar de boa, ela, ainda, não me trouxe ânimo. Eu enrijeci e perdi a ternura. Os calos não me permitem pular, abraçar, agradecer. E guardei a felicidade para o momento certo, para o instante em que aquela notícia seja, realmente, oriunda da vida nova, da reciclagem. Do bem-estar. Guardo-a para a hora de me despedir, definitivamente, dos dias sombrios e das lágrimas constantes. Com este adeus eu espero recuperar a minha docilidade. Entretanto, a fortaleza que me transformei – que há tempos não combina com a minha frágil aparência -, impede-me de pensar desta forma. Meus pés ainda não flutuam, permaneço fincada no chão, com as asas podadas. Preciso de mais um tempo, porém, já imagino o dia do meu voo certeiro.
Vc vai voar, flor. Tenho certeza!
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