sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Dona do tempo

Em uma de nossas conversas, de papos duradouros, dos quais estendemos o máximo que podemos, você me disse que o que mais desejava era ser dono do seu próprio tempo. No início fiquei sem entender, pois mora sozinho, não tem família, é dono de si mesmo.
Como então não seria proprietário de suas, só suas, horas? Você me explicou depois. Era, e ainda é, o trabalho que lhe impede de ser, realmente, livre. Afinal, é ele que lhe acorda, que lhe diz quando deve almoçar, que lhe dá folga. É o trabalho que lhe proporciona até seu ócio. Maldito trabalho. Confabulamos juntos sobre o assunto, enumerando as mil e uma coisas a mais que nos impõem horários.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos, disse o poeta. Eu cansei antes. Mais do que nunca acordei com a vontade de ter a minha liberdade temporal. Levantei pronta para reivindicar meus direitos sobre o meu, só meu, tempo. Você me ajuda? Podíamos começar quebrando os relógios e todos os outros tipos de marcadores de tempo, que tal?

3 comentários:

  1. Boa! Relógios atrapalham, concordo... mas a ampulheta do imagem e ação deixa inteira, tá?!
    rsrsrs
    bjooos

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  2. que lindo!....odeio o tic tac do relogio mesmo..e essa onomatopeia tmbm me irrita aushdiasd vamos quebrar todos!?

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  3. O mesmo tic tac que nos angustia quando desejamos estar com alguém e não estamos, é o mesmo que voa quando estamos com que desejámos estar. Portanto, o tempo é antagônico, pode trazer felicidade e pode trazer tristeza.

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Porque quem comunica se trumbica.