31 de agosto de 2009.
Eu me sento para lhe escrever. São textos estilo cartas, mas não chegam a ser cartas, já que não possuem tal estrutura. São textos, onde eu sou o remetente e você o destino. Destino. Meus textos não chegam ao meu destino, porque eu não os envio. Estão empilhados na minha estante, no meu quarto. Alguns estão estocados no meu mundo particular, encravados no meu peito, na minha mente. É preciso lapidar esses textos antes que eu os coloque junto aos demais. Talvez eu faça isso. Ou não. Porque não é bom saber tudo. O que acha disso? Fiquei pensando a respeito e conclui que certos verbos e substantivos não devem ultrapassar a barreira do pensamento. Melhor assim. Eu não conto tudo, confesso. Mas se você soubesse o que está ali na prateleira viria correndo para cá. Para mim. Eu consigo imaginar você desdobrando os papéis, alguns já amarelados e outros nem amassados, recentemente empilhados. Suas mãos ligeiramente ágeis escolhendo um texto ao invés do outro, tentando me absorver o mais rápido possível. Eu o vejo impregnado dos meus textos, das minhas histórias, das minhas lembranças, na tentativa de conter o tempo. Na tentativa de viver um pouco daquilo que eu conto, comigo. Os bilhetes estão a sua espera. Você poderia voltar antes que eles não caibam mais no meu quarto. Na estante já não tem mais lugar...
Talvez seja melhor assim. A conquista fica melhor, porque vira desafio. Talvez se ele lesse tudo da estante não tivesse mas tanta graça te conquistar. Porque ele já ia saber que artifícios usar, quais seus pontos fracos, tudo. Assim ele também corre riscos. Como o de errar. E ter que começar tudo outra vez...
ResponderExcluirNossa..que lindo Lari!
ResponderExcluirconcordo com a Paula!
Já eu, espero que ele leia tudo, conheça seus pontos fracos, mas sobretudo, conheça tbm o que há de mais lindo em vc. Lindo texto.
ResponderExcluirEscreve um bilhete pra mim?
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