terça-feira, 9 de março de 2010

À flor da pele

A carência me faz dizer, querer e sentir o que eu jamais admitiria em estado natural. Eu, que já sou um poço de sensibilidade, porém um tanto orgulhosa, transformo-me, quando carente. Minha suscetibilidade duplica.
Não reconheço cheiros, sabores e nem cores. Os sentidos se misturam dentro e fora de mim. Meus sentimentos se intensificam e me dominam, como se crescessem exageradamente e depois murchassem, que nem rosa guardada na gaveta.
Um dia são dois, três, quatro. O tempo não brinca e corre, corre por entre os meus dedos. Eu invento dores, invento amores. Me reinvento. Em dias de carência, meu dicionário sinestésico diz que é amor, paixão, vontade, desejo, impulso. O verbo que me governa é o querer, no passado, presente e futuro. Ele reina em mim, mesmo sem saber exatamente o que e a quem querer. A vontade me consome, e eu rezo para a carência passar. Mas ela sempre volta, ela vai voltar.

3 comentários:

  1. Flor! É osso... entendo bem o que vc tá passando... quero romaaaaaance!

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  2. A carência é triste memso Lari..não me acostumo com ela sabe, sempre quero dar um jeitinho de preencher esse espaço..nem sempre funciona, faço como vc..invento dores, amores, romances..
    Um dia passa! e o seu dia já já vai chegar!

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Porque quem comunica se trumbica.