quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Herói

Têm dias que meu coração, sozinho, me derruba. O desespero me assola, as responsabilidades me gritam e me cobram, e a minha liberdade se transforma em sinônimo de solidão. Dói. E quando essa dor me visita, é ele que a manda embora.
Quando o vejo sorrindo, o tempo parece parar. Na verdade, este é um momento câmera lenta na minha cabeça, cada movimento tem sua expressividade, por mais singelo que seja, por mais insignificante que pareça (à primeira vista). Daí, eu tiro o retrato daquele riso sorrido. Guardo a foto, eternizando-a em minha memória. É essa pintura que me acalma quando acho que tudo vai dar errado, que tudo pode piorar. Ela é capaz de derrotar até a Lei de Murphy. Ele ainda não sabe deste dom, ainda é muito pequeno. Por enquanto, desconhece todas essas dores, mas as afasta de mim de um jeito que parece saber exatamente do que se trata...
Eu escuto seus passos nada discretos pelo corredor . “Vamos brincar, vamos?” (assim, certinho, com o s no final do vamos). Ele pega na minha mão e me puxa para junto dos brinquedos. Pronto, me salvou.

OBS: Eu lembro de quando me avisaram que eu ia ser tia, recordo não gostar da ideia, muito menos do título. Besteira. Os outros me advertiram: “Você vai adorar ser tia!”. Nunca discordei. Mas também não podia imaginar o quão fundamental essa função me seria. Esqueceram de me avisar que se tratava de um presente.

Um comentário:

  1. aii, Lari, que lindo... se um dia ele duvidar disso, tá aqui, imortalizado, pra ele saber que sempre foi mto amado. E a tia Paula tb ama ele! Muitoo!
    hehehe

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Porque quem comunica se trumbica.