sábado, 11 de julho de 2009

Ela olhou e ele estava ali

Ela esperava um príncipe, mas vieram vários. Ela achou que seria para sempre, mas houve muitos para sempre-que-sempre-acabaram.

Quando criança não tinha tempo para pensar no príncipe. As bonecas e as brincadeiras de rua tomavam a maior parte de seus pensamentos, quando estes não eram ocupados pelas guloseimas da padaria da esquina. As donzelas de seu reino sempre falavam de seus príncipes, sonhando com aquele, que, de algum modo, abalaria seus corações e com o qual viveriam felizes para sempre, embora esse para sempre nunca durasse tanto.

O primeiro encontro com o seu príncipe foi tardio. Foi depois dos quinze que ela começou a pensar no príncipe, que desde então, nunca fora encantando. Ela o conheceu num bate-papo, desses que se tem aos montes na internet. Ali mesmo, conduzidos pelos códigos binários, sem luar e sem jantar à luz de vela, apaixonaram-se. Denominaram-se amor. E foi amor, por que não? O sentimento era recíproco e intenso. Ele era seu príncipe, ela sentiu.

Com o tempo, ambos amadureceram e a vida lhes apontou destinos opostos. Foram estudar fora. Ele em uma faculdade em uma cidade. Ela em uma faculdade em outra cidade. Separaram-se. Por um tempo o coração dela ficou desnorteado. Ela havia sentido que ele era o seu príncipe, porém não era. A dor do para sempre-que-sempre-acaba e que ela não queria que acabasse foi suprimida com a chegada de outro príncipe. Sim, ela sentiu que ele era o seu príncipe...por alguns meses foi assim. Mais uma vez errou. A distância não deixou que fosse.

Um outro príncipe chegou, ela não acreditou. Não, ele não é meu príncipe, pensava. Entretanto, sua fada madrinha uma peça lhe pregou. Sim, ele era seu príncipe. Diferentes, de personalidades antagônicas, mesmo assim: vingou. Por um tempo ela achou que ele, definitivamente, era seu príncipe. E a ele, mais uma vez, se entregou. Errou.

Depois dele, mais príncipes vieram.Vinham rápido, e saíam mais rápido ainda de sua vida. E, era assim mesmo que ela queria. Tirada a venda, ela se permitia amar um príncipe a cada dia. De cada um retirava o que podia. Encantou. Desencantou. Percebeu que o amor que tanto esperava, encontrava-a todo dia, bastava ela se permitir. E assim o fez. Embebedada de amor, próprio e pelo próximo, permitiu-se.

2 comentários:

  1. Lariii... esse texto é pra mim??
    Pq achei ele a minha cara...
    Vc sabe, né, pra mim, a melhor parte é a conquista... Por mim, 'conquistava' ou era conquistada todo dia...
    hehehe
    Amei!

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  2. Também acho que é para a Paulinha...

    =P

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Porque quem comunica se trumbica.